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26 de Abril de 2024
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    Abertura de capacitação de lideranças trans contou com a presença do MPT

    Instituição foi representada pela coordenadora de promoção da igualdade, procuradora Valdirene de Assis. Evento de abertura contou com participação e fala de vários ativistas do movimento trans e LGBTT

    há 6 anos

    O Ministério Público do Trabalho (MPT) participou, nesta sexta-feira (16), da abertura do 2ª Trans-Formação do DF e Entorno, capacitação para formação de lideranças e fortalecimento de redes de pessoas transexuais. A iniciativa é uma parceria entre MPT, Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, e organizações do movimento social em defesa das pessoas trans. A procuradora e coordenadora nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT, Valdirene de Assis, representou a instituição no evento.

    Para a procuradora, este tipo de iniciativa é essencial na luta pelos direitos das pessoas trans. “A população trans do Brasil padece de um mal que a gente chama de invisibilidade. Em espaços como o mercado formal de trabalho, meio político, nos espaços de poder em geral, nós não vemos as pessoas trans – ou pelo menos não as vemos na proporção que deveriam estar representadas”, declarou. “Então, atividades como essa, que visam dar às pessoas o conhecimento necessário, nesta formação de rede, nesta capacitação para liderança de movimentos sociais, é algo muito benéfico para toda a coletividade, porque você terá pessoas trans falando, em primeira pessoa, sobre seus direitos, pelos seus direitos”, completou.

    Ao todo, são 10 reuniões quinzenais, durante cinco meses. Trinta e duas pessoas participam da formação. Serão abordados os seguintes temas: gênero e desigualdades; participação social e ativismo; políticas públicas para a população trans; inclusão social, empregabilidade e empreendedorismo; enfrentamento a todas as formas de discriminação; treinamento em mídia e corpo e autocuidado entre ativistas.

    O curso conta com o apoio da Coletiva Corpolítica, da Rede Trans Brasil, da Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Distrito Federal e Entorno (Anv Trans/Antra, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), a União Libertária de Travestis e Mulheres Transexuais (Ultra) e do Governo do Distrito Federal. A formação segue até 3 de agosto, com a cerimônia de formatura. Serão entregues certificados aos participantes que comparecerem a, pelo menos, 75% dos encontros e completarem as atividades propostas.

    Segundo dados de organizações da sociedade civil, no Brasil, uma pessoa é assassinada a cada 27 horas por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero. O país ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de países que mais matam travestis, transexuais e pessoas trans (TGEU,2016). Enquanto a expectativa de vida do brasileiro é, em média, de 75 anos (IBGE), a de uma pessoa trans não passa dos 35 (CIDH, 2015).

    Pessoas trans e o mercado de trabalho – A empregabilidade da população trans é uma das prioridades do MPT, que promove esforços por meio da Coordigualdade. A coordenadora nacional Valdirene de Assis fala sobre o trabalho da instituição na área. “É uma preocupação muito grande ver, para nós do MPT, quando nós olhamos o mercado formal, que a participação de mulheres e homens trans e travestis é muito pequena. Por conta disso, desde que eu assumi a coordenação, todas as iniciativas que são focadas na população LGBTT, e nas pessoas trans em especial, são muito importantes para nós. É muito importante, para nós, estar junto, ouvir as demandas, saber como podemos contribuir mais”, explica.

    Charlett Bruna, militante trans e uma das coordenadoras da 2ª Trans-Formação, conta sobre suas dificuldades de inserção no mercado de trabalho. “Ao longo desse começo do ano eu estava trabalhando em uma empresa bem conhecida no Brasil inteiro e mundialmente, que atua na área de academias. Eu fui fazer uma entrevista de emprego e não fui com meu nome social de transexual/travesti, eu fui com meu nome de registro. Eu fui selecionada, mas quando fui trabalhar, fui como eu sou – Charlett. Eu não fui trabalhar com meu nome de registro. Aí eles me demitiram, porque viram que eu não era uma pessoa que servia para o quadro de funcionários deles, pelo fato de eu ser transexual/travesti”, lembra a ativista, que participou da primeira edição do da capacitação, em 2017.

    Devido ao preconceito e a baixa escolaridade, grande parte das pessoas trans não consegue uma oportunidade no mercado de trabalho. Mesmo as graduadas e aptas a exercerem uma profissão de alto desempenho, por vezes, são recusadas por sua identidade de gênero, o que não deixa outra opção: muitas acabam na prostituição. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mais de 90% deles vive unicamente da prostituição.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/abertura-de-capacitacao-de-liderancas-trans-contou-com-a-presenca-do-mpt/556972586

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